quinta-feira, 29 de abril de 2010

Em uma manhã qualquer

Felicidade é ter um raio de sol beijando suavemente a face ao amanhecer. Toca a maçã rubra de levinho, prisma por prisma, luz fraca da estrela nascente, acaricia este rosto de menina já tão castigado pelas gotas do sofrer. Cada lágrima uma história, cada história uma lembrança, cada lembrança uma peça do quebra – cabeça da vida de uma adorável menina sonhadora.

Adorável. Pode ser. Sonhos ela já não tem há muito tempo. Sonhos ela plantou na mente da amável, e esta cultivou com a esperança materna e os regou com a doçura que só as do ventre carregam. Perdoa os sonhos roubados, mas hoje o sol beija a carinha branca e doce da sua menina, hoje o cabelo louro e longo não alegra, incomoda e temoriza.Os olhos verdes não brilham, escondem o vermelho da noite de desabafo , a tatuagem realça pele alva e delicada, pequena lembrança e passado distante.

Quisera ela ter flor de cerejeira!!!!

E o que resta além de um sorrisinho juvenil entredentes de neném cheirando a leite com com açúcar é a alegria de ter, nem que seja por um segundo, o ardor do centro universal aquecendo a mansão pecaminosa de sua alma, penetrando sua energia em cada poro, em cada centimetro, em cada marca, em casa lagrima derrramada.

Então, já que é apenas isso que me resta... Beija flor, passa do meu lado mais uma vez, e amigo... Aumenta o som...

terça-feira, 27 de abril de 2010

IMPOTENTE

Impotente
Vendo meu corpo definhar lentamente
Impotente
Olhando minhas formas frente a frente
Impotente
Lutando contra ela incansavelmente
Impotente
Escondendo-me de todos como uma delinquente
Impotente
Chorando na cama silenciosamente
Impotente
Fugindo das perguntas covardemente
Impotente
Percebendo-me sozinha e carente
Impotente
Agindo de modo incoerente
Impotente
No espelho meu cabelo loiro mente
Impotente
Invejando a felicidade alheia amargamente
Impotente
Passam os dias e eu aqui dormente
Impotente
Melodrama sendo escrito rapidamente
Impotente
Eternamente
Impotente
Impotente
Impotente

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Do amor - amigo

Risada gostosa, daquela de jogar a cabeça para trás e bater com os pés no chão. Ah, confesso... Risada gostosa, daquelas de jogar a cabeça para trás e levantar as pernas para o ar, sim, porque entre o escândalo velado, o grito abafado e as mãos agarradas na cadeira para não bater palmas, eis que surgem elas: Brancas, roliças e teimosas, lançando-se em direção ao limpo azul, se lançando pois não tenho mais força para controla-las; A energia me fora sugada pela noite em claro.
“Fecha a perna! Você está de saia!”. Diz ele em um abstrato rompante de clareza. E eu, tentando induzir novamente as danadas gêmeas branquelas alheias à ação da gravidade de volta à terra,penso: “Nossa, ainda bem que uma mulher exponencialmente avoada como eu, tem alguém como você para cuidar da minha meninice.

Escrevi esse micro texto para o preferido na casa dele, enrolada no lençolzinho azul, depois de passar a noite acordada pedindo ombro emprestado e oferecendo o meu. E agora deitadinha no colchão pequeno, me sentindo deliciosamente acolhida pelo barulho familiar do ventilador e pelo cheiro de café da tia Flora, ofereço esse mínimo de carinho para você que esteve aqui durante minha vida toda e que vai estar presente todo o sempre, nem que seja apenas gravado nessas linhas desajeitadas que um dia podem até virar miolo de best - seller, mas que hoje são apenas a tradução do meu amor, que não se contentou em ficar dentro do peito.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

IMPERFECT

Can someone be an angel?
When I’m with someone
When I’m all alone
Skin covering my soul
Wish I was special
Can an angel be special?
How can you say I’m just a Woman?
I don’t even know who I am...
Imperfect body
Hiding a perfect soul.

Can someone be an angel?
Body filled with sins
Does guilty brings forgiveness?
Or is guilty just a lame excuse
To be all alone?
Could I be special?
Cause I don’t feel special at all
Do you know who I am?
I have the perfect body
Sinking the perfect soul.

Can someone be an angel?
Born to make humans happy
Just to make you feel a little better
Just hearing your secret thoughts
Why do people trust me?
When not even I trust myself
Learn something about me…
Nothing really matters at all
Imperfect life
Killing a perfect soul

domingo, 18 de abril de 2010

Resposta ao texto da Amóra:

Resposta


Eu tenho fita no cabelo. De cetim. De cor alegre. O esmalte nem preciso, unhas roídas não combinam com esmalte colorido, alias, eu já sou colorida demais pra abusar com um esmalte cor de abóbora. As pernas nem tem mais força pra andar... Alias, força elas têm, o que falta é a vontade de achar um destino distante, além desses que já conheço.

Fito o tempo pela janela... E penso: “Ainda bem que ao há nada que anuncie a estação das flores”. Falta-me aquele ânimo para vestir-me de moça educada com saia no joelho e chapéu de aba larga, como faço em dias primaveris. É que a camisolinha velha de algodão é tão reconfortante...

Na geladeira, nenhum lembrete grudado, nada na agenda que me faça ir correndo pro banho, nenhum encontro que valha a pena, nenhuma mensagem no celular com algum convite de ultima hora. Mas isso não me aborrece, colocar toda aquela maquiagem demora taaaaanto, ainda tem o cabelo, e as unhas e. Nossa, deu preguiça só de imaginar fazer tudo isso.

Eu não encaro mais o teto branco do quarto, nem os quadros na parede, nem a foto na cabeceira. Fecho os olhos e sinto a maciez do edredom, o barulho do ar condicionado nem me incomoda mais, o silêncio me deixaria agoniada. Que bom, achei um Pasalix, vou tomar pra relaxar. Mais.


Honey baby, não me canso de ficar cansada. Já faz pouco mais de um ano sim! E exatamente por isso eu tenho que lhe confessar: Hoje, te abandono na internet para descansar no peito de outro. Mas, Amora... Sonha comigo?




Em resposta ao texto da amiga mais amóra que eu tenho...
Quer olhar o texto dela?
www.nãomebeliscaqueeutosonhando.blogspot.com

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Podridão

Passam das três da manhã, já faz quase um mês que vejo a madrugada passar, os segundos parecem anos, e não adianta ficar olhando as horas no celular, isso só me deixa cada vez mais nervosa.Turbilhão de pensamentos e ainda não se passaram nem dez minutos.

Aquela pose de heroína que carrego durante o dia desaparece ao cair da noite.E quando passam das três...Ah, quando passam das três da manhã não há sequer uma fagulha de coragem nesse fogo que arde em meu coração.Aquela admirada pela força e determinação teima em voar para fora de meu corpo assim que todas as luzes se apagam.E o que sobra é apenas um rascunho, um rabisco fragil de uma pessoa que nem existe mais.

E o medo, a culpa, a solidão.Droga o dramim não faz mais efeito, tomei três e ainda corre caneta na folha de papel...Mas não há lagrimas, creio que já secaram todas as gotas que meu corpo podia conter na fragilidade dos meus vinte e quatro anos.E a tinta continua rasgando a folha virgem.

A dor de não me reconhecer é incomparável.Ufa quatro horas. A meia luz do abajur cinzento ainda revela as pequenas marcas daquilo que chegou sem aviso e se instalou em meu corpo, o problema é que a podridão do sangue também infestou minha mente, minha alma, meu coração.

Rasga tinta, tinge a folha e alivia o meu sofrer pois é com silêncio e mentira que me defendo do olhar piedoso daqueles que ainda restam ao meu lado.E lá se vai o último resquício daquela que todos conhecem, e o que sobra as quartro e meia da manhã é uma menina assustada e amedrontada

Me enganei, ainda resta uma gotinha que castiga-me a face.
É...O dramim não fez efeito.

domingo, 11 de abril de 2010