segunda-feira, 26 de abril de 2010

Do amor - amigo

Risada gostosa, daquela de jogar a cabeça para trás e bater com os pés no chão. Ah, confesso... Risada gostosa, daquelas de jogar a cabeça para trás e levantar as pernas para o ar, sim, porque entre o escândalo velado, o grito abafado e as mãos agarradas na cadeira para não bater palmas, eis que surgem elas: Brancas, roliças e teimosas, lançando-se em direção ao limpo azul, se lançando pois não tenho mais força para controla-las; A energia me fora sugada pela noite em claro.
“Fecha a perna! Você está de saia!”. Diz ele em um abstrato rompante de clareza. E eu, tentando induzir novamente as danadas gêmeas branquelas alheias à ação da gravidade de volta à terra,penso: “Nossa, ainda bem que uma mulher exponencialmente avoada como eu, tem alguém como você para cuidar da minha meninice.

Escrevi esse micro texto para o preferido na casa dele, enrolada no lençolzinho azul, depois de passar a noite acordada pedindo ombro emprestado e oferecendo o meu. E agora deitadinha no colchão pequeno, me sentindo deliciosamente acolhida pelo barulho familiar do ventilador e pelo cheiro de café da tia Flora, ofereço esse mínimo de carinho para você que esteve aqui durante minha vida toda e que vai estar presente todo o sempre, nem que seja apenas gravado nessas linhas desajeitadas que um dia podem até virar miolo de best - seller, mas que hoje são apenas a tradução do meu amor, que não se contentou em ficar dentro do peito.

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