sábado, 1 de maio de 2010

Quando ele veio...

O carro parado.Ele parado.Ela parada.Olhos nos olhos.Olhos na boca.Olhos nos braços fortes e nos ombros largos que ele tem.Um e noventa e tres de altura, ele muito alto e ela muito pequena perto dele, ela solta um sorrisinho fora de hora quando essa imagem lhe passa pela cabeça, ele percebe os olhos dela fixos nos ombros esquadrinhando cada centimetro, apenas músculos, muitos e bem trabalhados, ele abaixa os olhos e sorri envergonhadamente, do alto de seus vinte e nove anos ele sabe muito bem que imagem passa pela cabeça da pequena.Ela cora.

Em um gesto brusco e rápido ele a busca para perto, ela não sabe como chegou tão próxima dele, mas agora sente cada fibra do peitoral sob a camisa branca que ele usa, ela ainda está estarrecida com o arroubo do moço e olha nos olhos profundos azuis clarissimos que ele possui...Tão hipnotizantes, e ela ...Tão hipnotizada que nem percebe que o vestido levantou mais do que devia quase que revelando o que não podia.Ele ajeita a seda negra, mas não sem esboçar um sorrisinnho ironico,ela realmente não havia percebido até ele esboçar essa reação.Ela cora pela segunda vez.

Jogadora,ela sabe que os machos preferem as fêmeas ariscas, mas algo nele a faz derrubar todas aquelas paredes de gelo que as conquistadoras possuem. Ela apenas recosta, suspira e esquece de todas as lições de leoa que já aprendeu.Ele consegue envolvê-la com apenas um braço,são somente sessenta centímetros de cintura, não é muito difícil para ele.A outra mão busca a face dela, os cílios dela, as maçãs ainda vermelhas.

Ela sente a respiração dele calma e cada vez mais perto. Os dedos chegam até o pescoço da bela, e ela sabe que dedos na nuca precedem lábios nos lábios.De volta as lições de menina-mulher ela abre suas lanternas cor de mar para permitir-lhe um breve e doce contato com a boca dele .Um segundo apenas e ela se afasta, o rosto dele demonstra uma mistura de desejo e dúvida, sua expressão gritava a pergunta que não precisou ser dita.Ela diz:

- Você vai embora amanhã.

Ele compreende, sabe muito bem que o passado dos dois, combinado com o presente recente faz com que não tenham nenhuma esperançade futuro juntos.Conto de fadas açucarado, novela mexicana melosa, cliche de cinema, conto de livreto Sabrina...Nada isso se compara à história desses dois dentro do civic parado em frente à casa dela, no meio da avenida em plena hora do rush, mas para os dois, naquele momento, tudo é silencioso.

Ela afasta e toca a maçaneta do carro, ele segura o braço dela, mãos fortes chegam no pulso fino dela,firmemente, mas com tamanha suavidade que não chega a machucá-la, ao contrario, agora ela hesita um pouco mais em abrir a porta e suspira, suspira, suspira, em uma tentativa inútil de tentar descolar-se do banco, inútil mesmo, o cheiro amadeirado dele a mantém atada ao banco de couro.

Ele percebe a vontade dela, respiração ofegante não é um indício de quem quer partir, ela tem vontade dele, vontade de beijar, de abraçar, de tocar, vontade, vontade, vontade. Ele também tem ,de tudo isso e mais. Moça bela, loura e delicada, alva e mansa, voz doce,gestos ágeis, a pele fria de nervoso e o lábio quente do beijo recém dado.Vontade sim, mas ele não é injusto, muito menos inexperiente.
Ela agora está livre das algemas dele, mas não queria, não ainda e retirando os pensamentos lá do meio das nuvens, de volta a realidade do planeta Terra, ela se lembra do amanhã e abre a porta do carro, nesse mesmo instante ele com voz firme, decidida de homem feito fala mais alto do que deveria:

-Vem comigo!
Ele pausa e repete em tom de voz mais moderado:
-Vem embora comigo, para a minha cidade, vem comigo...

Gesto de amor, paixão, desejo, sabe-se lá o que o motivou a dizer isso, mas essa foi a frase dispersada no ar assim que a tranca do civic fez barulho.Ela congela, olhando apenas para a porta, tentando digerir o que acabara de ouvir, paralisada apenas espera... Não sabe bem o que...Mas apenas congela...E espera.

-vem comigo,ele repete.

Ela finalmente se mexe, o coração dá pulos e rodopios em seu peito, por dentro ela se transforma em arco-iris e diamantes, mas por fora apenas vira-se para ele, dá um longo suspiro e emudece. Ela tem raízes. Ela tem laços. Ela não vai. E ele sabe disso agora, pelo olhar doce por ela lançado e pelo "não posso" que teima em não sair da garganta da loira. Nem foi preciso falar nada, as palpebras abaixadas dele, e a mão na fronte passando os dedos pelos cabelos, também louros dele mesmo já dizem tudo.Não há nada a ser feito.

Em um último atento de ternura, ele puxa-lhe o rosto e beija-lhe a testa antes de dizer que ela pode mudar de idéia até as nove horas da manhã do outro dia, a hora que o voô dele sai de Campo Grande. Fria, expressão de reflexão um ,dois, três segundos que para ele pareceram uma eternidade, ele apenas percebe o peito dela se movendo mais rapido, coraão bate acelerado...Debby, Debby, fale alguma coisa, não me deixe nesse estado, ele balbucia.

E um último suspiro dela antes antes de se aproximar e beija-lo demoradamente.

Primeiro e último beijo dos dois, não é irônico como romances reais são tão mais difíceis que os novelescos? Ela pensa assim que se afasta e abre completamente a porta já destrancada, em um último gesto de carinho, ele segura sua mão assim que ela põe as pernas para fora e fala quase que num sussurro:

- Já te amo para sempre!!!

Porta do civic preto fechada, olhos fechados, coração fechado.No dia seguinte às nove em ponto, ele entra no avião e ela sonha com ele no edredon rosa.

15 comentários:

  1. A sua preocupação em detalhar tudo, transporta a gente pro lugar do personagem... Adoro seus textos.

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  2. Oi, Debby,
    gostei do vai-não-vai que acabou indo: ainda que para o ar ou para o edredon...
    Muito bacana seu texto.
    Abração,
    alaor ignácio

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  3. Oi linda!!....

    arrasou ... sou sua fã numero 1...
    amoo por demais.

    bjs linda

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  4. COMO JAH DISSE AII EM CIMA ....


    VC ARRASOUU ... ADORO VC !

    BJS ... SUCESSO

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  5. gooooooooooooosteeeeeeeeeei ...
    agente era muito amiga
    pena q nossa amizade acabou :s
    adorei seu texto debby :D

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  6. amizade acabou??/ Meu Deus, quem eh vc???????
    relembre-me???

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  7. Boba pq nao foi com ele?? O que te prende aqui??

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  8. Esse texto eh de verdde?

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  9. boba eu, neh?
    rsrsrssr
    a vida eh feita de escolhas, amor...
    Escolhi...

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  10. todos são de verdade...
    mas não confundam o que a Debora diz e escreve com o que a "Bonecadebby" posta aqui heim...
    beijos a todos

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  11. *a única algema que nos prende... é o medo.. escolhas medrosas nos levam a futuros estáveis...* quem procura estabilidade? - uma boneca, perfeita... liberte-se das algemas linda boneca... te amo Debby beijos Rose **

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  12. ow fala quem é esse cara aí.o que que ele tem que eu não tenho?

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  13. bom, anonimo...em primeiro lugar...ele tem coragem, neh...pq vc nem teve coragem pra assinar sua pergunta...
    rsrsrsrsrsr
    joga na roda aih....revela o nome....
    beeeeeeeeeeeejoss

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